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José Passini

17-04-2011 22:20

 

ENTREVISTA

 
O FRANCISCO REBOUÇAS - ESPIRITISTA TEM O PRAZER DE APRESENTAR AOS NOSSOS DISTINTOS AMIGOS, A ENTREVISTA QUE NOS FOI CONCEDIDA PELO RENOMADO TRABALHADOR DA SEARA ESPÍRITA, JOSÉ PASSINI.

Entrevista:

Dados do nosso entrevistado: José Passini é Licenciatura em Letras, Mestrado em Língua Portuguesa e Doutorado em Lingüística. Foi reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora.
No movimento espírita já exerceu inúmeras atividades dentre as quais podemos destacar: Presidente do Instituto Jesus, obra de amparo ao menor carenciado; presidente da Aliança Municipal Espírita, por duas vezes; presidente do Centro Espírita União, Humildade e Caridade. Atualmente ele faz parte da equipe do programa Opinião Espírita (rádio e TV) e do Departamento de Evangelização da Criança da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora.

FR: José Passini como aconteceu o seu encontro com a doutrina espírita?

JP: Meus pais tornaram-se espíritas quando eu tinha uns quatro anos. Estudei num colégio metodista e conheci outras religiões através de estudos, portanto sempre fui espírita.

FR: Qual a casa espírita que você freqüenta?

JP: Grupo de Estudos Espíritas Garcia. Participo do Departamento de Evangelização da Criança, da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora.

FR: A Doutrina Espírita completou 150 anos de existência, seu conteúdo permanece atualizado ou precisa ser reformado em algum ponto?

JP: O conteúdo doutrinário continua inabalável. A Ciência, em suas diversas modalidades, tem comprovado muitas afirmativas dos Espíritos Superiores e de Kardec.

FR: O Espiritismo que é ensinado hoje nas casas espíritas continua do mesmo modo que na sua época de mocidade? Está melhor ou pior e em quais aspectos ?

JP: O Espiritismo é o mesmo. Nós é que temos mudado o nosso entendimento. A Pedagogia Espírita – como método – mudou muito, mas a essência da Doutrina, o seu conteúdo, não mudou nada. Hoje, é mais fácil o estudo da Doutrina. A evangelização da criança e do jovem enriqueceu-se, não em conteúdo, mas no método de ensino.

FR: Como proceder para divulgarmos de maneira correta a mensagem espírita?

JP: A divulgação doutrinária não precisa de manifestações ruidosas. O bom trabalho nas reuniões públicas e o uso equilibrado dos meios de comunicação constituem elementos importantes na divulgação doutrinária. Penso que não devemos nos preocupar em encher as casas espíritas. Devemos, sim, nos preparar para bem acolhermos aqueles que são diariamente encaminhados para lá. O Espiritismo não necessita de espetáculos ruidosos. Há muita gente que confunde divulgação com propaganda. A melhor divulgação da Doutrina é feita pelo testemunho dos seus adeptos, conforme milenar ditado latino: “A palavra convence: o exemplo arrasta.” Nesse particular, lembro-me de afirmativa feita, no Plano Espiritual por Guillon Ribeiro, que, em conversa com o recém-chegado Espírito Jacob, lhe diz que o maior serviço prestado à Doutrina é o da própria conversão ao infinito Bem. Esse diálogo está no livro “Voltei”.

FR: Acompanhamos seu trabalho na divulgação do Espiritismo, e particularmente na defesa da fidelidade doutrinária, como você está vendo essa invasão de livros tidos como espíritas sem a necessária preocupação com os preceitos contidos na codificação do Espiritismo?

JP: Vejo com muita preocupação, pois ao lado de médiuns invigilantes, há pessoas ávidas por novidades, e editoras que imprimem e vendem tudo o que lhes chega às mãos. Por isso, vemos livros escritos em linguagem não compatível com a seriedade e a dignidade do Espiritismo, contendo flagrantes erros doutrinários, serem vendidos aos milhares e lidos por simpatizantes da Doutrina, que não têm o necessário embasamento para um juízo crítico.

FR: O que poderia ser feito para evitar que livros sem conteúdo doutrinário fossem vendidos nas livrarias das casas espíritas sérias?

JP: Os espíritas que têm a responsabilidade da direção de instituições e de clubes do livro que ostentam o nome “espírita” devem ter consciência da responsabilidade que assumem com a divulgação de obras que não estejam dentro dos parâmetros doutrinários. Devemos nos lembrar que todos temos o direito de ler tudo e de expender nosso julgamento pessoal. Mas, quando falamos numa tribuna, ou entregamos a alguém uma obra dentro de uma casa espírita, estamos ratificando, legitimando a palestra ou o livro, principalmente se aquele que nos ouve, ou que adquire uma obra, não é espírita.

FR: Certa vez sugerimos a um grupo de amigos que sabemos conhecedores da doutrina (de diversos Estados do Brasil, inclusive sugerimos seu nome como um componente a ser contatado), para que nos reuníssemos de algum jeito, mesmo que por e-mail, para estudar uma maneira de formar um grupo sério de análise de obras novas para sugerir ou não sua divulgação nas casas espíritas, já que a FEB não tem esse serviço, mas, não obtivemos sucesso, você acha isso possível?

JP: Infelizmente, no meio espírita, ainda se confunde obra e autor. Entendo que ao publicar uma obra, seja ela plástica ou literária, essa obra está sujeita à crítica. Isso sempre ocorreu no mundo. Existem até os críticos literários e os de artes plásticas, que publicam suas observações em jornais, revistas, etc. Nada mais natural que os periódicos espíritas tivessem seções onde fossem publicadas apreciações relativas a novos livros, que surgem diariamente. Entretanto, isso não se dá. Se alguém não concorda com alguma abordagem doutrinária, principalmente em se tratando de obra mediúnica, logo aparecem os defensores do médium, dizendo que é falta de caridade criticar alguém, apelando para o “não julgueis...”, etc. Não notam essas pessoas que a objeção é levantada em relação à obra e não ao autor. Esse pensamento exponho com mais pormenores num artigo que intitulei “Análise, Crítica, Apreciação”. Espero que este site o publique.

FR: Por quais motivos nas Casas Espíritas os estudos sistematizados da doutrina são tão poucos freqüentados?

JP: Algumas vezes pela falta de preparo no programa de estudos e na sua execução. Na casa que freqüento, há vários grupos de estudos, com inscrição limitada, e exigência de assiduidade. Quatro faltas sem justificativa dão origem à exclusão, que abre vaga para alguém que espera na fila. O nível de seriedade deve ser mantido de ambos os lados. É assim que funciona no Mundo Espiritual. Entretanto, mesmo em trabalhos bem planejados e executados há muita evasão, devida ao comodismo e às mudanças naturais na vida de cada um. Isso não nos deve desanimar. Há muito pouca gente que realmente deseja esclarecer-se. Valorizemos aqueles que querem, lembrando-nos de que o Espiritismo é religião de qualidade e não de quantidade.

FR: O que você diria a quem lhe pedisse orientação de obras para iniciar no conhecimento do espiritismo?

JP: Depende da motivação da pessoa. Se há realmente o interesse no estudo, indico inicialmente as obras da Codificação, a começar por “O Livro dos Espíritos”. Se noto que não há grande disposição para o estudo, indico “E A Vida Continua”, que vai abrindo os horizontes mentais da criatura. Depois, “Nosso Lar” e, mais tarde, a Codificação. Para quem deseje um panorama geral do Espiritismo, indico “Evolução para o Terceiro Milênio”, de Carlos de Toledo Rizzini.

FR: O aborto continua sendo o assunto mais discutido no meio espírita no momento, de que maneira nós espíritas podemos contribuir para evitar esse crime?

JP: Esclarecendo as pessoas, não intimidando-as. Amparando a mulher grávida que, muitas vezes, não consegue enxergar outra solução além do aborto. Amparando aquela que já é mãe e que sente o peso que lhe trará mais um filho. Educando também os homens, pois, na maioria das vezes, depende deles o apoio para que o abortamento não se dê.

FR: Porque nos dias de hoje, 2009 anos após Jesus nos trazer suas mensagens de amor e respeito ao próximo, o ser humano ainda não pratica seus ensinamentos?

JP: A vigorosa mensagem de Jesus, que tem por característica principal a transformação do homem, foi transformada em religião salvacionista. Aqueles que se apossaram dos seus ensinamentos criaram um clima de culpa e de adoração, levando as pessoas a chorarem o Mestre morto, imobilizado no crucifixo, ao invés de se esforçarem para segui-lo vivo, atuante. O “Tomai a vossa cruz e segui-me”, foi substituído por “Dize uma palavra e serás salvo.”

FR: Quais seus projetos para o futuro?

JP: No Espiritismo, continuar meu trabalho na evangelização da criança e na divulgação doutrinária. No Esperanto, o trabalho que tenho feito.

FR: Você continuará com suas análises sobre algumas obras espíritas?

JP: Sem a menor dúvida!

FR: Já sofreu críticas ou reprovação por agir dessa forma?

JP: Inúmeras. Já recebi mensagens dizendo que tenho ódio desse ou daquele médium; que devo ter sido inquisidor noutra encarnação (Disso não tenho muita certeza de não ter sido). Outros me julgam um desocupado e me orientam no sentido de usar melhor o meu tempo. Em verdade, isso não me aborrece. Até gosto, pois vejo que ainda há pessoas que têm opinião e que me dão oportunidade de, ao menos, tentar dialogar com elas. Prefiro a crítica à apatia daqueles que acham que tudo está bom, que tudo está certo...


FR: José Passini, o que você gostaria de ter respondido, e que deixamos de perguntar?

JP: Gostaria de ter podido falar – e agora falo – da evangelização infantil. Não consigo entender como é que grande parte do Movimento Espírita ainda não acordou para essa tarefa que, para mim, é a mais importante dentre aquelas desenvolvidas num centro espírita. Muitos falam no valor da desobsessão. Não o nego, mas não concordo com a ênfase que lhe é dada. Há inúmeros candidatos ao desenvolvimento mediúnico, ao lado de uns poucos para a evangelização da infância. O raciocínio é simples: Se evangelizarmos o Espírito que se reencarnou, ainda enquanto criança, ele terá mais chances de não precisar, mais tarde, de ser tratado num centro espírita – ainda enquanto encarnado – ou de ser doutrinado numa reunião mediúnica depois de desencarnado.

FR: Para encerrar, gostaríamos que deixasse registrada sua mensagem a toda família espírita brasileira, através do Francisco Rebouças - Espiritista.

JP: Nós, espíritas, sabemos que estamos numa fase difícil da evolução humana. Estamos no Fim dos Tempos. É uma época de verdadeira aferição de valores. É hora da verificação da maioridade espiritual dos habitantes do Planeta. É a época do despertar da verdadeira consciência humana. É o momento de aplicarmos o sábio ensinamento de Paulo “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm.” Hoje, quase tudo é natural, nessa sociedade permissiva em que vivemos. Nunca foi tão necessária a observância do “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”, conforme ensinou Jesus.
Temos as luzes da Doutrina Espírita, religião que nos traz de volta o Evangelho de Jesus, na sua simplicidade, objetividade e aplicabilidade à vida comum. Evangelizemo-nos, evangelizemos as crianças, façamos o Culto do Evangelho no Lar, busquemos o trabalho no Bem.

FR: Agradecemos a JOSÉ PASSINI, por sua gentileza para com o FRANCISCO REBOUÇAS - ESPIRITISTA, e rogamos a Deus que o conserve com saúde e paz, para que ele continue com lucidez e determinação, sua defesa em favor da fidelidade aos postulados da codificação do espiritismo.

 
Francisco Rebouças

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